Passar para o Conteúdo Principal
Voltar ao início

XII Edição do Festival Folk Celta com artistas vindos do Brasil, Cabo Verde, Canadá, Hungria, Espanha e Portugal

Cultura | 24 de Junho de 2019

A vila de Ponte da Barca, marcada pela sua biodiversidade e excelência gastronómica, volta a ser a capital da música folk de matriz celta no fim-de-semana de 26 e 27 de Julho. À semelhança do ano anterior, o Choupal nas margens do rio Lima, volta a ser palco deste evento de entrada gratuita em todos os espetáculos que conta, nesta edição, com nomes vindos do Brasil, Cabo Verde, Canadá, Hungria, Espanha e Portugal.

No primeiro dia o palco fica entregue a Ana Alcaide (18h30), compositora espanhola que se dedica à exploração de sonoridades e tradições ancestrais. A sua música é inspirada pela sua cidade multicultural e milenar, Toledo, pelas personagens que cruzaram a Península Ibérica ao longo dos tempos, pelas músicas medievais e pelas culturas mediterrânicas. Logo de seguida Cremilda Medina (20h), que faz parte da nova geração da música popular/tradicional de Cabo Verde, com principal incidência na Morna e Coladeira. O seu trabalho dá seguimento às obras dos grandes nomes da música cabo-verdiana como Cesária Évora, Bana, Ildo Lobo, Paulino Vieira, Morgadinho, Tito Paris, Titina Rodrigues entre muitos outros.

Depois é a vez dos galegos Os D´Abaixo (21h), cujo repertório recolhe algumas das peças populares mais conhecidas da música galega e inová-las com novas composições. O palco é depois entregue aos Dead Combo (23h), uma das mais importantes bandas do novo panorama musical português. O seu último disco Odeon Hotel é a síntese perfeita da portugalidade e universalidade existentes na sua música e pela primeira vez na história da banda, o disco foi editado em todo o mundo, com o selo de uma das maiores editoras internacionais, a Sony Music. A noite fecha com sonoridades vindas da Hungria, com os Meszecsinka (00h30) que cantam em sete línguas (húngaro, russo, búlgaro, finlandês, inglês, árabe e castelhano), provém da Hungria e Bulgária e transportam os ouvintes para um espaço místico, onde o folk húngaro e búlgaro andam de mãos dadas com o flamenco e funky, o oriental e o experimental.

O segundo dia do festival começa cedo com os canadianos Jazzamboka (18h30), fruto da fusão das palavras jazz e yamboka, que significa vila ou país no dialecto congolês de Lingala. Os Jazzamboka não limitam o seu repertório ao jazz convencional mas apostam na diversidade sonora do hip-hop, soukous, reggae, be-hop, funk, rock, electrónica e, acima de tudo, sons da África Central. A originalidade da música dos Jazzamboka é garantida pelo uso de instrumentos variados e ancestrais, como o lokolé e o ngoma.

A partir das 20h sobe ao palco Caxade, projecto pessoal do galego Alonso Caxade, inspirado no folk-pop e nos sons bucolico-pastoris da velha Europa. A sua música é elegante, modesta e singela, apesar de marcada por algum surrealismo pós-moderno e do discurso reinvidicativo, metafóric e irónico.

Sérgio Godinho é o senhor que se segue (21h). Cantor, compositor, escritor (para adultos e crianças), actor, realizador, Sérgio Godinho é, para citar uma das suas canções clássicas, o verdadeiro “homem dos sete instrumentos”. Mas, numa carreira artística de invejável longevidade, que se prolonga há 40 anos de modo quase intocável, foi o seu trabalho enquanto cantor-compositor que o tornou num ícone capaz de reunir à volta das suas canções gerações de diferentes idades, vivências e aspirações

Chega a vez de ouvir Omiri (23h), um dos mais originais projectos de reinvenção da música tradicional portuguesa. 
Para reinventar a tradição, nada melhor que trazer para o próprio espectáculo os verdadeiros intervenientes da nossa cultura: músicos e sons de todo o país a tocar e a cantar como se fizessem parte de um mesmo universo. Não em carne e osso mas em som e imagem, com recolhas transformadas e manipuladas em tempo real, servindo de base para a composição e improvisação musical de Vasco Ribeiro Casais.

O festival encerra com Samba Sem Fronteiras (00h30), projeto que nasceu da iniciativa de alguns brasileiros, residentes em Portugal, que sentiam falta de encontrar o samba de raiz, feito por quem gosta e para quem aprecia,

Em simultâneo com os concertos decorre a habitual Feira Alternativa que vai contar com cerca de quarenta expositores e inclui uma área de restauração, permitindo aos visitantes jantar e/ou petiscar, bem como o comércio de cerveja artesanal, licores, vinho, queijo, enchidos, sabonetes artesanais entre outros produtos manufaturados.

Este Festival, que cruza as sonoridades musicais folk e celta de tradição popular, tem vindo a atrair cada vez mais apreciadores deste estilo musical, pelo que promete colocar Ponte da Barca no centro dos acontecimentos desse fim de semana, no que ao norte de Portugal e à região espanhola da Galiza diz respeito.