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António Araújo Azevedo – Conde da Barca

António de Araújo de Azevedo, Conde da Barca, foi uma figura notável na vida portuguesa no final do séc. XVIII e nas primeiras duas décadas do séc. XIX, exercendo actividade diplomática e, posteriormente, a política muito embora a sua notoriedade se congregue no êxito do exercício das suas funções como Enviado Extraordinário e Ministro Plenipotenciário junto à corte da Haia e, transitoriamente, por duas vezes, na mesma qualidade, como negociador da paz entre a França (Directório) e Portugal, a qual alcançou, no uso dos "plenos poderes" atribuídos, assinando o célebre Tratado de 10 de Agosto de 1797 que não chegou a ser ratificado pelo Príncipe Regente D. João, por imposição da Inglaterra.

Na sequência da não ratificação é detido em França na Prisão da Torre do Templo em Paris por ordem do Diretório.

Assume em 1806 o cargo de Secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Guerra, em 1808 após a sua chegada ao Brasil os lugares de Ministro assistente ao Despacho e de Secretário de Estado dos Negócios do Reino.

Associaria o seu nome à elevação do Brasil à categoria de Reino, com a qual esperava sossegar os sentimentos independentistas dos brasileiros. Opunha-se, de facto, ao regresso da mesma a Portugal, ao contrário das pretensões da Inglaterra, o que conduziu à substituição do embaixador desse país no Rio de Janeiro.

 É agraciado, por Decreto Real de 17 de Dezembro de 1815, com o título de Conde da Barca. A escolha da sede do título foi feita pelo distinguido, não restando duvidas a este respeito, sobretudo se tomamos em consideração que na escolha e na decisão prevaleceram razões sentimentais ligadas a raízes familiares que possuía em Ponte da Barca.

Era grã-cruz das ordens de Cristo, da Torre e Espada, de Isabel, a Católica (Espanha), e da Legião de Honra (França). Sócio da Academia Real das Ciências e de outras associações científicas e literárias, escreveu obra poética e trágica, bem como artigos de caráter político, publicados em diversos jornais da época.


Fonte: Eurico Brandão de Ataíde Malafaia.